Festival RTP da Canção 1994:
António Daniel - "Espelho de luar antigo"

Espelho de luar antigo

Já não passa na minha rua o homem do realejo
Com o símio ao ombro a quem deu nome de Tejo
E o amolador de facas não passa na minha rua
De p'ra nada pedalar se cansou e abalou
Lá para os lados da lua

Moinhos e vira-ventos custam mil e quatrocentos
Já não ouço o vendedor
Como vou roubar laranjas junto à linha nas granjas
Sem comboios a vapor

Ei, tocador da sanfona, músico da minha rua
A troco de uns tostões
Para onde levaste a festa que tão feliz nos trazias
Para alongar os serões

Ó amolador de facas, a cantar na pedra-pomes
A desdita dos teus dias
Ei, dependente dos ventos, onde estás e mais as cores
Que p'ró vento nos trazias

Já não passa na minha rua pregão: a sardinha viva
Estão de abalada as varinas ou há greve de 'à la' arriba
Cantigas de encher a alma não cantam na minha rua
Parece que o bom da vida se esgotou ou abalou
Lá para os lados da lua

Moinhos e vira-ventos custam mil e quatrocentos
Já não ouço o vendedor
Como vou roubar laranjas junto à linha nas granjas
Sem comboios a vapor

Ei, tocador da sanfona, músico da minha rua
A troco de uns tostões
Para onde levaste a festa que tão feliz nos trazias
Para alongar os serões

Ó amolador de facas, a cantar na pedra-pomes
A desdita dos teus dias
Ei, dependente dos ventos, onde estás e mais as cores
Que p'ró vento nos trazias

Moinhos e vira-ventos custam mil e quatrocentos
Já não ouço o vendedor
Como vou roubar laranjas junto à linha nas granjas
Sem comboios a vapor

Ei, tocador da sanfona, músico da minha rua
A troco de uns tostões
Para onde levaste a festa que tão feliz nos trazias
Para alongar os serões

Ó amolador de facas, a cantar na pedra-pomes
A desdita dos teus dias
Ei, dependente dos ventos, onde estás e mais as cores
Que p'ró vento nos traziаѕ